"Experimentalismos na literatura moderna" Prazo máximo de submissão até dia 29 de fevereiro de 2020. Editores: Claudia Camardella Rio Doce (UEL) e Leonardo D´Avila (Universidad de Buenos Aires) Desde o romance de Laurence Sterne até as sucessivas ondas de experimentalismos no século XX, dentre as quais se incluiriam textos de Tristan Tzara, James Joyce, Ezra Pound, T. S. Eliot, Haroldo de Campos, Clarice Lispector, Ítalo Calvino, entre outros autores, observam-se gestos que exploram os limites da linguagem e a negação do instituído, seja na elaboração de novas formas, seja na adoção de novos métodos. Limite entendido não como fim, mas enquanto violação de fronteiras: operando na irreconciliabilidade entre o domínio do profano e o instituído, na tensão da convivência de heterogêneos e na supressão da diferença hierárquica. Muitas vezes, porém, as discussões sobre experimentalismos resultaram em tipologias nas artes, nas quais sobressaía ora o valor do novo em comparação ao antigo, ora em tipologias no sentido contrário, quando a arte experimental foi diversas vezes taxada como aristocrática. Diferentemente, convém pensar o próprio lugar do experimento/experiência, do erro/tentativa na literatura por outras vias. Agamben, nesse sentido, diante do impasse entre uma experiência pré-moderna e os experimentos (pós)modernos, abre novos pontos de fuga ao questionar sobre uma infância, um experimentum linguae que, por sua vez, apenas se dá na autorreferencialidade da linguagem, portanto em uma outra maneira de articular a questão dos seus limites, que aponta para o seu vazio. A discussão clássica de simulacro enquanto deriva desregrada do mimético, e repensada por Deleuze ou Baudrillard, não deixa de levantar questões para se repensar os experimentalismos da modernidade. A ontologia do acidente de Catherine Malabou, entre a dialética hegeliana e o desconstrucionismo, reflete acerca dos desvios das formas ao pensar, tanto pela neurociência quanto pela literatura, uma plasticidade destrutiva, capacidade de dar ou receber forma, em uma sucessão de desfigurações sem esperança de retorno. Este número, contará com artigos que possam trazer novos enfoques para essas discussões. |