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05 ago 2023
05 ago 2023
02 jul 2023
17 dez 2022
Publicado em: 31/01/2020 14:41:01
Chamadas para publicação REVELL 2020/1 e 2020/2
Escrevivências de Mulheres Negras em Diáspora
Cada vez mais, os estudos literários (e o próprio fazer literário) tem se proposto a refletir sobre questões ligadas ao acesso à voz e à representação dos múltiplos grupos sociais. Nesse contexto, a literatura negra feminina rasura a pretensão de universalidade que se constrói “ao custo de sacrificar o particular”, como ressalta Gloria Anzaldúa (2000, p. 233), em detrimento dos grupos historicamente discriminados. Diante disso, neste dossiê, buscamos reunir reflexões críticas baseadas em textos literários de mulheres negras que apresentam histórias plurais, que foram silenciadas e invisibilizadas por diversos séculos. Integram-se aqui tanto temas ligados à literatura escrita por mulheres na diáspora quanto discussões relativas à literatura afro-latino-americana de língua portuguesa e espanhola produzida por mulheres que, através de suas produções poéticas, vêm, estrategicamente, lutando e se insurgindo diante do epistemicídio e dos silenciamentos impostos desde o processo de “roedura” do continente africano até os dias atuais. Na perspectiva de Florentina Souza (2019), as lutas dessas mulheres não se restringiram à sobrevivência cotidiana. Elas descobriam pequenos espaços de liberdade que lhes possibilitavam um viver menos doloroso, e a escrita literária foi um deles. Seus textos, segundo Miriam Alves (2010, p.183), “passam a violar este silenciamento”, colocando em pauta discursos e representações que não pairavam na cena literária. Assim, no cenário literário da contemporaneidade brasileira/latino-americana, a autora aponta no plano ficcional “uma voz ativa por meio da qual sobressai, quase sempre, o sentimento de inconformidade com os espaços reais e literários relegados às mulheres negras”. A escritora ainda destaca que “essas mulheres escrevem, inscrevem, reescrevem, enunciando, denunciando e, a partir da palavra, tentam romper, desbloquear, deslocar ou deslocar-se". Suas produções podem ser lidas na perspectiva do que Conceição Evaristo (2009) denomina de “escrevivências”. De acordo com essa intelectual negra, a escrita dessas mulheres não se desvencilha do próprio corpo que, por sua vez, vivencia situações nunca experimentadas por “um corpo não negro, não mulher” (2009, p. 18). Desse modo, entendemos como relevante ao diálogo da chamada da REVELL v.1, n.24 – 2020, a terminologia “escrevivências”, e é neste sentido que propomos o foco inicial deste número. Atentamos aqui para as diversas manifestações da ficção, da poesia, dos relatos de viagem, das literaturas de testemunho, das autobiografias etc., bem como para reflexões que coloquem em “xeque” as diversas (des)construções do colonialismo arraigadas em nossa sociedade, e que nos ajudem a compreender nosso papel como críticos literários, pesquisadores e docentes.
Assim, convidamos pesquisadores a submeter propostas, escritas tanto em português quanto em espanhol, que abordem os eixos abaixo:
As contribuições devem ser submetidas na página da REVELL: http://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/index
Data limite para submissão no sistema: 15/04/2020.
Organizadoras:
Professora Doutora Alessandra Corrêa de Souza - Universidade Federal do Sergipe - UFS - Brasil
Professora Mestra Cristiane Santos de Souza Paixão - Universidade do Estado da Bahia - Brasil
Professora Mestra Josenildes da Conceição Freitas - Universidade Federal da Bahia - Brasil
Fonte: PPGMEL